Tudo neste mundo nos impulsiona a não seguir uma prática espiritual. Tudo nos convida não seguir uma prática espiritual, o mundo inteiro, o mundo moderno. No mundo moderno hoje se a gente conseguir pensar, observar talvez mais do que pensar, a gente olha e vê o mundo num ritmo frenético. Hoje a gente é estimulado a trabalhar muito e a gente não entende que o trabalho é a nossa preguiça, é a preguiça do apego.
Muitas vezes, é tão comum hoje a gente escutar alguém dizer “Nossa ontem eu tive que ficar trabalhando até meia-noite, eu tive que ficar trabalhando até uma hora, eu tive que ficar trabalhando”… e isso vem com um certo orgulho, como se isso fosse uma coisa boa. Quanto mais a gente se envolve com essas atividades mais a gente se afasta de um caminho espiritual, porque um caminho espiritual exige de nós contemplação e tempo. A gente perde o nosso tempo. Às vezes a gente diz “eu não tenho tempo para nada”.
O quanto você tem para você?
Porque só na conexão que você fizer com você, que você vai conseguir se desenvolver no caminho espiritual. Um caminho espiritual precisa de uma mente serena, de uma mente pacífica e uma mente serena e pacífica não vem de uma mente que trabalha sem cessar.
Eu contei isso numa aula dessa semana passada, encontrei, já há alguns anos, um amigo e conversando com ele, dizendo o caminho que eu tinha escolhido na minha vida e ele disse assim para mim: “Eu sou muito raso. Eu tenho agenda até sábado e domingo.” Quando a gente ouve isso, isso é a maioria das pessoas. Esse é o nosso mundo hoje, então a gente não pode se espantar de perceber que as pessoas se afastam do caminho espiritual porque é isto que o mundo exige delas. É essa resposta que ele quer dessas pessoas, esse é o nosso mundo moderno. O mundo faz com que a gente fique se desconectando de nós mesmos para nos conectarmos em coisas exteriores que não tem a menor importância. São só aparências, como nuvens no céu, que logo se desmancham, que logo desaparecem no próprio céu.